Montra digital dos trabalhos realizados pela turma do 2º ano da EB1 do Castelo a partir do livro de Sidónio Muralha, Bichos, Bichinhos e Bicharocos. Um trabalho de parceria entre as Bibliotecas Escolares do Agrupamento de Escolas Gil Vicente, o Centro Mário Dionísio [Casa da Achada] e a EB1 do Castelo pela mão da professora Ariana Furtado.
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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
Palavras da coordenadora da equipa da Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas Gil Vicente
Fantasma:
folha ou cartão que se coloca no lugar
de um
livro tirado de uma prateleira de biblioteca.
Petit Larousse
A Biblioteca Escolar
do Castelo disponibiliza aos seus utilizadores, as crianças do JI e os alunos
da EB1 do Castelo, uma pequena coleção constituída por algumas centenas de
livros. Desde a inauguração desta biblioteca, em maio de 2011, os livros deste
espólio têm sido lidos, relidos, manuseados, recontados e até ilustrados. De
cada vez que os nossos leitores retiram um deles do lugar que ocupa nas
estantes, é colocada uma cartolina colorida a marcar o seu sítio exato. Um
desses livros saiu também da sua prateleira para conquistar a atenção das vinte
crianças da turma do 2º ano da manhã: Bichos,
bichinhos e bicharocos, da autoria de Sidónio Muralha, Júlio Pomar e
Francine Benoit.
Através da professora
da turma, Ariana Furtado, tivemos conhecimento do trabalho que iria ser feito,
a propósito deste livro, com dois elementos do coro da Casa da Achada, Pedro
Boléo e Susana Baeta. Ao juntarmo-nos a esta parceria, considerámos que a
participação da Biblioteca Escolar do Castelo poderia assumir a forma de uma
exposição que reproduziria os textos produzidos pelos alunos a partir da
pesquisa e do tratamento de informação sobre os três autores do livro. Deste
trabalho de literacia da informação, uma das principais áreas de intervenção das
bibliotecas escolares, resultaram as biografias que aqui se apresentam. Nasceu
assim, desta ideia simples, o título da exposição: 1 livro, 3 autores.
Aos textos elaborados
pelos alunos, juntou-se uma série diversificada de outros trabalhos realizados
na sala de aula, numa espécie de peugada dos três autores do livro e das vertentes
artísticas que os tornaram conhecidos: literatura, pintura e música. Os trabalhos
produzidos permitiram potenciar a ideia inicial da exposição e mostrar o que é
possível fazer a partir de uma obra que, com mais de sessenta anos de
existência, mantém, no entanto, uma grande atualidade.
Em breve, o livro irá
ocupar de novo o seu lugar nas estantes. E, logo, logo,
será substituído por mais um fantasma colorido. Que a este se sucedam muitos e
muitos outros.
Maria João Queiroga
Coordenadora da equipa da Biblioteca
Escolar
Agrupamento de Escolas Gil Vicente
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Palavras da nossa querida amiga Eduarda Dionísio
Queridos
meninos da Escola do Castelo:
O sapo sapinho doutor, o papagaio que faz banzé, o
grilo da perna torta, a menina da estrelinha miudinha a luzir, e mais uns
quantos que vocês agora conhecem, ficaram meus amigos para toda a vida. E
trago-os muitas vezes dentro da cabeça, mesmo quando não dou muito por isso. E outras
vezes aparecem-me uns versos do Sidónio Muralha na ponta da língua. E os
desenhos do Pomar na ponta das pestanas. E foi há tantos, tantos anos que fiz
estes amigos. E muitos outros meninos também.
Tive a sorte que nem todos tiveram de conhecer quem
escreveu, quem desenhou e quem inventou as músicas que estão neste livro. A
Francine Benoit ainda me ensinou um bocadinho de piano… Vejam lá…
Quando a minha filha já lia, passei-lhe o livro e
aconteceu-lhe, parece-me, uma coisa parecida. Até lhe comprei uma nova edição,
acabada de sair – mas infelizmente muito mais feia – a ver se não se estragava
ainda mais o belíssimo livro com que eu tinha andado para trás e para diante, e
que até tem uma dedicatória do Sidónio Muralha e do Júlio Pomar …
Um livro cheio de verdes, vermelhos, azuis e amarelos
e traços do Pomar que não coincidem com as cores – e era a isso que eu achava
graça. E ainda acho. Vejam lá…
Lembro-me muito mais do livro, que me foi acompanhando,
do que do Sidónio Muralha, que o escreveu, e que depois escreveu muitos outros
livros para crianças. Eu era muito pequena quando ele foi para fora de Portugal
– primeiro para África, depois para o Brasil, onde passou a viver e onde morreu.
Só cá vinha às vezes.
O Sidónio Muralha saiu de cá porque não conseguia
viver e escrever num país sem liberdade, como foi esta nossa terra até ao 25 de
Abril de 1974. Eram perseguidos e mesmo presos aqueles que queriam que o mundo
fosse de outra maneira e faziam coisas para isso acontecer.
Foi por quererem um mundo em que todos pudessem dizer
o que pensavam e onde não houvesse pobres e ricos – os pobres a sofrerem e os
ricos de perna estendida – que Mário Dionísio, o meu pai, e Sidónio Muralha (e
muitos outros, como o Pomar e a Francine) se tornaram amigos para a vida inteira
e fizeram coisas juntos.
Por exemplo, ainda antes de eu ter nascido, no sítio
onde hoje é a Casa do Alentejo, ali em baixo, Mário Dionísio com muitos amigos
(o Sidónio Muralha e a Francine Benoit estavam neste grupo), organizaram uma
série de sessões sobre assuntos a que nem toda a gente ligava e de que as
pessoas sabiam pouco, para elas ficarem a saber mais (arte, literatura, música,
pintura...). Pois olhem, fez-se a primeira e a segunda foi interrompida pela
polícia. E não pôde haver mais. E as pessoas ficaram sem saber o que podiam ter
aprendido.
Alguns deles eram poetas. Também isso juntava Mário
Dionísio a Sidónio Muralha. Muito novos ainda, pouco tempo antes dessas sessões
na Casa do Alentejo, publicaram quase ao mesmo tempo, os seus segundos livros
de poemas numa mesma colecção chamada «Novo Cancioneiro» que juntou muitos mais
poetas além deles. Todos queriam escrever de uma maneira nova, para mais gente do
que aqueles que costumavam de ler, e falar nos seus versos de coisas que então
apareciam pouco na poesia.
«Poemas» chama-se o livro de Mário Dionísio que saiu
nesta colecção, quando ele tinha 25 anos. «Passagem de Nível» era o nome do
livro do Sidónio Muralha, tinha ele 22.
Foi aqui que começaram novas maneiras de escrever. A isso
se chamou «Neo-realismo», de que uns gostam e outros não, e que mais tarde
vocês virão a saber o que foi. Hoje digo só que, para todos eles, o povo era muito
importante. E mudar o mundo ainda mais.
Grande abraço da Eduarda Dionísio
Fevereiro de 2013
Palavras da turma
Somos alunos do 2ºano da manhã da Escola do Castelo,
em Lisboa.
Este ano, um grupo muito especial de bichos, alguns
bichinhos e muitos bicharocos, entrou na nossa sala de aula. Sentimo-nos
privilegiados. Por vezes, até escolhidos.
Todos os animais têm em comum terem nascido da
imaginação de Sidónio Muralha, da musicalidade de Francine Benoit e do traço
criativo de Júlio Pomar. Da criatividade e da arte de cada um.
Queremos agradecer-lhes (aos três) terem-nos dado a
oportunidade de brincar com estes animais, desenhá-los de muitas maneiras
diferentes. Dar-lhes vida com os nossos materiais.
A nossa exposição irá ser inaugurada no dia 20 de
fevereiro na EB1 do Castelo e depois, seguirá o seu caminho para o Centro Mário
Dionísio, a convite da nossa amiga Eduarda Dionísio.
Teremos poemas ditos e escritos, desenhos e outras
criações nossas a partir destas personagens.
A nossa Escola fica no Castelo de São Jorge e é muito
bonita.
Sabiam que temos pavões que
partilham o recreio connosco de vez em quando?
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